sábado, 25 de fevereiro de 2017

Kotscho - Do Golpe ao Planalto

Jornalista, assessor de imprensa e amigo pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva nas campanhas de 1989, 1994 e 2002, Ricardo Kotscho registrou os principais momentos das disputas eleitorais em seu livro Do golpe ao Planalto: uma vida de repórter (Companhia das Letras, 2006).

Posteriormente com a vitória de Lula, Kotscho tornou-se secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República. Deixou o governo em 2004 e assistiu de longe à crise política gerada pelas denúncias sobre o "Mensalão".


Repórter experiente e com passagem pelos principais jornais do país, Ricardo conta um pouco do cotidiano da profissão que abraçou no ano do golpe militar em 1964. Empresas de mídia e seus proprietários, bem como os jornalistas com quem conviveu, são descritos nas páginas de sua autobiografia.

Interessante mesmo, é quando Kotscho descreve as versões que os grandes jornais e revistas davam sobre Lula em campanha ou já no exercício dos primeiros anos de mandato (tempo da participação do autor no governo).

Segue abaixo alguns trechos do livro. Obviamente Lula não é o único político a sofrer com isso, mas é importante perceber que a mídia sempre teve má vontade com o petista e seu governo. Algo que ainda se perpetua, mesmo com ele fora do poder.

Nada havia mudado na campanha nem no discurso do candidato, que era o mesmo desde o final de 1988, quando comecei a acompanhar Lula. Ele falava em moto-contínuo, como se fosse um realejo. Ainda assim, analistas e colunistas badalados atribuíram o crescimento nas pesquisas a uma "radicalização" no seu discurso ou à ajuda dos padres no Nordeste. (Kotscho informa como o noticiário pode ser adjetivado para ajudar ou prejudicar alguém - campanha de 1989).

Na noite da chegada de [Mário] Rosa a Vitória da Conquista, na Bahia, o deputado Jaques Wagner (PT-BA) esperava na fila para usar o telefone da portaria do hotel e ouviu uma conversa do enviado especial com algum de seus superiores, na qual ele relatava as dificuldades encontradas para ridicularizar a viagem de Lula mas dizia que mais adiante conseguiria fazê-lo, conforme a pauta. (Repórter da revista Veja com a pauta pronta e objetivos delimitados: desmoralizar Lula - campanha de 1994).

Escrever sobre gafes de Lula passara a ser uma pauta fixa para alguns jornalistas, pouco importando se haviam sido cometidas ou não... "O grave é que a generosa quantidade de detalhes oferecida pelos repórteres na descrição de uma cena que presenciaram pode transformar um fato que não aconteceu em registro histórico...". (Observação de assessor sobre o comportamento da imprensa em relação ao presidente e parte da nota de Ricardo a uma suposta gafe de Lula em viagem ao Oriente Médio - 2003).

Um comentário:

  1. "a mídia sempre teve má vontade com o petista e seu governo. Algo que ainda se perpetua, mesmo com ele fora do poder."

    Charlatão!!!! Você não engana ninguém, você é um esquerdista que quer difamar as assembleias de Deus para estimular o ódio contra elas por fora e por dentro!

    ResponderExcluir